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OPINIÃO: O sonho e a realidade

Tive a oportunidade de conhecer o Texas, o maior Estado de território contíguo dos Estados Unidos e, também, o segundo mais populoso do país. Minha curiosidade de conhecer esse Estado vem de quando eu era mais jovem e assistia o seriado Dallas, que passou de 1978 a 1991 na televisão brasileira.

O apelido do Texas é "Lone Star State", devido a existência da estrela solitária na bandeira americana. A palavra Texas deriva de "tejas", uma palavra indígena que significa "amigos". O Texas é o Estado americano dos caubóis, da criação de gado, da produção de algodão  e do petróleo. Possui  lindas  cidades, onde a história dos  antepassados  está  fortemente registrada e é contada com orgulho por seus habitantes. Neste aspecto, vale um registro especial  para San  Antonio, com seu Parque Nacional das Missões. O Estado texano possui uma das maiores cidades dos Estados Unidos, Houston, que foi considerada uma das cidades com maior diversidade cultural, pois pelas ruas podem ser ouvidos mais de 90 idiomas.

Mas o que mais me impressionou ao passar por Houston, Galveston, San Antonio, Austin e Dallas foi a quantidade de "homeless" (sem-tetos) nas ruas,  ainda  mais  se  considerarmos  que o Texas é um Estado com uma das maiores economias do país, com o produto interno bruto de aproximadamente 982,4 bilhões de dólares, ficando atrás apenas da Califórnia e de Nova Iorque.

A imagem dos sem tetos choca, pois não são apenas cinco ou seis dormindo nas portas das igrejas como se vê em Nova Iorque. Eles são muitos e estão em todas as partes. São pessoas de todas as idades e sexos, dormindo sobre papelões, debaixo de pontes ou em parques com seus poucos pertences em sacolas, como símbolo de suas vidas em movimento. Em Austin, por exemplo, no principal ponto turístico da cidade, na Main Street, são dezenas de moradores de ruas ocupando todos os bancos e muretas dos canteiros de flores, dos vários quarteirões do centro.

Pesquisas demonstram que a situação tem origem no avanço da tecnologia dos últimos anos, que  vem  contribuindo  para a redução de oferta de  empregos  para  salários mais baixos, assim como no aumento do custo de vida e nos crescentes cortes financeiros  para  programas  habitacionais acessíveis e  para  a  assistência  à  saúde, principalmente para a saúde mental, fez com que várias pessoas fossem morar nas ruas.

Mesmo  com  registros  de  crescimento da economia no Estado texano, é visível e alarmante a desigualdade social, o que leva a conclusão de que os recursos estão concentrados nas mãos de uma minoria.

Muitos especialistas dizem que o problema dos homeless é uma bomba relógio pronta para explodir a qualquer momento, visto o seu crescimento galopante. Quem poderia imaginar que a "terra das oportunidades" de anos atrás fosse se destacar como a "terra  da  desigualdade"?  É  a  triste  constatação de que o sonho americano está se transformando num pesadelo, sem a perspectiva de uma solução a  curto prazo.

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